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Uso de redes sociais no trabalho
Uso de redes sociais no trabalho

 

Uso de redes sociais no trabalho prejudica rendimento de funcionário?

 Marcio Berber Diz Amadeu
 
"As redes sociais presentes na internet são apenas uma expansão das redes humanas que existem desde que começamos a viver em grupos. Muitas vezes a queda do desempenho no trabalho é interpretada como uma decorrência do uso dessa tecnologia - que desse modo é vista como a vilã - enquanto sua causa real permanece não reconhecida: a falta de motivação presente no trabalho" Há uma polêmica em torno do uso das redes sociais no ambiente de trabalho. Enquanto poucas empresas liberam e até incentivam o seu uso, a maioria ainda vê com maus olhos o acesso dos seus funcionários a essas redes.

Considerando que a maior fonte de tráfego de toda a internet está direcionada a estes sites, e que visitá-los já se tornou uma prática comum do internauta brasileiro, existe mesmo a necessidade de bloquear o seu acesso?

Preocupação das empresas

É uma prática comum, especialmente em grandes empresas onde há um uso rotineiro do computador, que se estabeleçam regras para o seu uso. Dentre essas regras, é mais comum ainda proibir o uso de msn (windows live messenger), orkut, facebook além de redes sociais menos conhecidas e até mesmo o acesso aos e-mails pessoais em alguns casos. Os motivos indicados pelos diretores e gerentes se devem geralmente a razões ligadas à saída de informações sigilosas ou a preocupação com a imagem da própria empresa na web que pode ser comprometida pelo suposto mal uso do funcionário.

Mas o principal argumento na grande maioria dos casos é de que o uso das redes sociais compromete a produtividade. Há a imagem coletiva do funcionário que, enquanto tem acesso ao orkut, facebook e MSN, entre outros, interrompe o trabalho para cuidar de assuntos pessoais. Mas, será que isso é verdade? Os trabalhadores são seduzidos a não trabalhar pela simples possibilidade de falar com amigos pela internet?

O ambiente de trabalho no passado

A criação de um ambiente de trabalho livre de interferências não é novidade, mas uma meta geral de empreendedores dos últimos cem anos. Quando as grandes fábricas, no começo do século passado, procuravam adaptar o trabalhador na linha de montagem à melhor posição para martelar e parafusar, não faziam nada de muito diferente do que as grandes corporações fazem hoje em dia. A diferença é que a preocupação fisiológica - visando a maior produtividade - se expandiu para psicológica, social e econômica, com o mesmo objetivo em mente: maior produtividade.

Sem querer entrar na discussão ética ou social dessa questão, é importante ressaltar que foi esse o movimento que separou de vez o trabalho da vida pessoal. Desde essa época trabalhar passou a significar se isolar do contato com amigos e parentes, pois distante disso tudo, o indivíduo se tornaria, em teoria, mais produtivo.

O futuro e as proibições

Atualmente, com os rápidos avanços da tecnologia, observa-se uma nova versão que estabelece uma ‘posição’ entre a produtividade profissional e o cultivo dos contatos pessoais, especialmente em função do surgimento e crescente interesse pelas redes sociais. Porém, não procuramos o orkut, facebook e afins porque não gostamos de trabalhar, mas sim porque esse é um movimento natural.
O ser humano é um ser social e precisa se comunicar e fazer parte de grupos para ter uma vida saudável. Isso não quer dizer que todo o acesso deva ser liberado indiscriminadamente em qualquer empresa ou situação profissional. Porém, a discussão em torno do tema deve ser ampliada. Ao invés de pesquisarmos apena a diminuição da produtividade a curto e médio prazo, melhor seria procurarmos meios de reintegrar essa parcela da vida social ao trabalho, para torná-lo mais humano e, consequentemente, mais motivador.

As redes sociais presentes na internet são apenas uma expansão das redes humanas que existem desde que começamos a viver em grupos. Muitas vezes a queda do desempenho no trabalho é interpretada como uma decorrência do uso dessa tecnologia - que desse modo é vista como a vilã - enquanto sua causa real permanece não reconhecida: a falta de motivação presente no trabalho.

E há ainda mais um fator que torna urgente essa discussão. O aparato tecnológico até aqui mais utilizado para acessar redes sociais é o computador. Ele está presente nas corporações, pertence às corporações e, portanto, pode ser bloqueado. Já o celular não. Existe hoje uma incrível oferta de aparelhos smartphone com acesso a qualquer rede social a distancia de um toque, e com preços cada vez mais acessíveis. Quando os funcionários tomarem consciência desse fato (e já estão tomando) será inútil impor qualquer tipo de bloqueio ou restrição.